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Ao mesmo tempo, João Romão, em chinelas e camisola, passeava de um para outro lado no seu quarto novo. Um aposento largo e forrado de azul e branco com florinhas amarelas fingindo ouro; havia um tapete aos pés da cama, e sobre a peniqueira um despertador de níquel, e a mobília toda era já de casados, porque o esperto não estava para comprar móveis duas vezes. Parecia muito preocupado; pensava em Bertoleza que, a essas horas, dormia lá embaixo num vão de escada, aos fundos do armazém, perto da comua. Mas que diabo havia ele de fazer afinal daquela peste? E coçava a cabeça, impaciente por descobrir um meio de ver-se livre dela. É que nessa noite o Miranda lhe falara abertamente sobre o que ouvira de Botelho, e estava tudo decidido: Zulmira aceitava-o para marido e Dona Estela ia marcar o dia do casamento. Allo stesso tempo, João Romão, in pantofole e camicia da notte, camminava su e giù per la sua nuova stanza. Una stanza ampia, rivestita di blu e bianco con fiorellini gialli che fingono d'oro; c'era un tappeto ai piedi del letto, e una sveglia di nichel sulla borsa, e tutti i mobili erano già sposati, perché il furbo non aveva intenzione di comprare mobili due volte. Sembrava molto preoccupato; Pensavo a Bertoleza che, a quell'ora, dormiva giù in una tromba delle scale, in fondo al negozio, vicino alla coma. Ma cosa diavolo avrebbe fatto con quella piaga, dopo tutto? E si grattò la testa, impaziente di trovare un modo per sbarazzarsi di lei. Quella notte Miranda gli aveva parlato apertamente di quanto aveva sentito da Botelho, e tutto era deciso: Zulmira lo avrebbe accettato come suo marito e Dona Estela avrebbe fissato il giorno del matrimonio.
O diabo era a Bertoleza!... E o vendeiro ia e vinha no quarto, sem achar uma boa solução para o problema. Ora, que raio de dificuldade armara ele próprio para se coser!... Como poderia agora mandá-la passear assim, de um momento para outro, se o demônio da crioula o acompanhava já havia tanto tempo e toda a gente na estalagem sabia disso? Il diavolo era Bertoleza!... E l'oste andava e veniva nella stanza, non trovando una buona soluzione al problema. Ma che fatica si era messo a ricucirsi!... Come poteva mandarla via così, da un momento all'altro, se il diavolo del creolo era stato con lui così a lungo e tutti alla locanda lo sapeva?
E sentia-se revoltado e impotente defronte daquele tranqüilo obstáculo que lá estava embaixo, a dormir, fazendo-lhe em silêncio um mal horrível, perturbando-lhe estupidamente o curso da sua felicidade, retardando-lhe, talvez sem consciência, a chegada desse belo futuro conquistado à força de tamanhas privações e sacrifícios! Que ferro! E si sentiva ripugnante e impotente di fronte a quell'ostacolo pacifico che era laggiù, addormentato, facendogli silenziosamente un male orribile, turbando stupidamente il corso della sua felicità, ritardando, forse senza nemmeno saperlo, l'arrivo di quella bella cosa. un futuro conquistato a forza di tante fatiche e sacrifici! Che ferro!
Mas, só com lembrar-se da sua união com aquela brasileirinha fina e aristocrática, um largo quadro de vitórias rasgava-se defronte da desensofrida avidez da sua vaidade. Em primeiro lagar fazia-se membro de uma família tradicionalmente orgulhosa, como era, dito por todos, a de Dona Estela; em segundo lagar aumentava consideravelmente os seus bens com o dote da noiva, que era rica e, em terceiro, afinal, caber-lhe-ia mais tarde tudo o que o Miranda possuía, realizando-se deste modo um velho sonho que o vendeiro afagava desde o nascimento da sua rivalidade com o vizinho. Ma al solo ricordo della sua unione con quella brava, aristocratica ragazzina brasiliana, si squarciava un ampio quadro di vittorie di fronte all'avidità insensibile della sua vanità. In primo luogo, entrò a far parte di una famiglia tradizionalmente fiera, come fu, a detta di tutti, quella di donna Estela; in secondo luogo aumentò considerevolmente i suoi beni con la dote della sposa, che era ricca e, in terzo luogo, dopotutto, avrebbe ottenuto tutto ciò che Miranda possedeva, realizzando così un vecchio sogno che l'oste coltivava fin dall'inizio della sua rivalità con il vicino.
E via-se já na brilhante posição que o esperava: uma vez de dentro, associava-se logo com o sogro e iria pouco a pouco, como quem não quer a coisa, o empurrando para o lado, até empolgar-lhe o lagar e fazer de si um verdadeiro chefe da colônia portuguesa no Brasil; depois, quando o barco estivesse navegando ao largo a todo o pano — tome lá alguns pares de contos de réis e passe-me para cá o titulo de Visconde! Sim, sim, Visconde! Por que não? e mais tarde, com certeza, Conde! Eram favas contadas! E già si vedeva nella brillante posizione che lo attendeva: una volta dentro, si sarebbe subito associato al suocero e sarebbe andato a poco a poco, come chi non volesse la cosa, spingendolo di lato, finché non avesse afferrato il torchio e fatti diventare un vero leader della colonia portoghese in Brasile; poi, quando la barca navigava a vele spiegate, prendi un paio di contos de réis lì e dammi il titolo di visconte! Sì, sì, visconte! Perché no? e poi, ovviamente, Conte! Erano fagioli contati!
Ah! ele, posto nunca o dissera a ninguém, sustentava de si para si nos últimos anos o firme propósito de fazer-se um titular mais graduado que o Miranda. E, só depois de ter o titulo nas unhas, é que iria à Europa, de passeio, sustentando grandeza, metendo invejas, cercado de adulações, liberal, pródigo, brasileiro, atordoando o mundo velho com o seu ouro novo americano! E a Bertoleza? gritava-lhe do interior uma voz impertinente. — É exato! E a Bertoleza?... repetia o infeliz, sem interromper o seu vaivém ao comprido da alcova. OH! lui, siccome non l'aveva mai detto a nessuno, aveva mantenuto per sé negli ultimi anni la ferma intenzione di farsi titolare più anziano di Miranda. E, solo dopo aver avuto il titolo sotto le unghie, sarebbe andato in Europa, a spasso, sostenendo la grandezza, facendo ingelosire, circondato da lusinghe, liberale, sontuoso, brasiliano, sbalordendo il vecchio mondo con il suo nuovo oro americano! E Bertoleza? gridò una voce impertinente dall'interno. "È esatto!" E Bertoleza?... ripeté il disgraziato, senza interrompere il suo andirivieni per tutta la lunghezza dell'alcova.
Diabo! E não poder arredar logo da vida aquele ponto negro; apagá-lo rapidamente, como quem tira da pele uma nódoa de lama! Que raiva ter de reunir aos vôos mais fulgurosos da sua ambição a idéia mesquinha e ridícula daquela inconfessável concubinagem! E não podia deixar de pensar no demônio da negra, porque a maldita ali estava perto, a rondá-lo ameaçadora e sombria; ali estava como o documento vivo das suas misérias, já passadas mas ainda palpitantes. Bertoleza devia ser esmagada, devia ser suprimida, porque era tudo que havia de mau na vida dele! Seria um crime conservá-la a seu lado! Diavolo! E non essere in grado di togliere subito quel punto nero dalla vita; cancellalo velocemente, come qualcuno che rimuove una macchia di fango dalla pelle! Che rabbia dover aggiungere ai voli più brillanti della sua ambizione l'idea meschina e ridicola di quell'inconfessabile concubinato! E non riusciva a smettere di pensare al demone della donna nera, perché il maledetto era lì vicino, gli girava intorno minaccioso e oscuro; lì era come un documento vivente delle sue miserie, già passate ma ancora palpitanti. Bertoleza doveva essere schiacciato, doveva essere soppresso, perché questo era tutto ciò che c'era di male nella sua vita! Sarebbe un crimine tenerla al tuo fianco!
Ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo e a lista cantada das comezainas à portuguesa; era o sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos; ela era a sua cúmplice e era todo seu mal— devia, pois, extinguir-se! Devia ceder o lagar à pálida mocinha de mãos delicadas e cabelos perfumados, que era o bem, porque era o que ria e alegrava, porque era a vida nova, o romance solfejado ao piano, as flores nas jarras, as sedas e as rendas, o chá servido em porcelanas caras; era enfim a doce existência dos ricos, dos felizes e dos fortes, dos que herdaram sem trabalho ou dos que, a puro esforço, conseguiram acumular dinheiro, rompendo e subindo por entre o rebanho dos escrupulosos ou dos fracos. Era la maldestra bancone della primitiva bodega; era il decantato piccolo burro venti in carta marrone; era il pesce portato dalla spiaggia e venduto di notte accanto alla stufa sulla porta dell'osteria; era lo sporco frege e la lista cantata di piatti portoghesi; dormiva russando su un materasso puzzolente, pieno di cimici; lei era sua complice ed era tutto il suo male - doveva quindi essere spento! Dovevo consegnare il torchio alla ragazza pallida dalle mani delicate e dai capelli profumati, che era buona, perché era quella che rideva e rallegrava, perché era lei la nuova vita, il romanticismo suonato al pianoforte, i fiori nei vasi, la sete e pizzi, tè servito su costose porcellane; era finalmente la dolce esistenza dei ricchi, dei felici e dei forti, di quelli che ereditavano senza lavoro o di quelli che, con il solo sforzo, riuscivano ad accumulare denaro, sfondando e sollevandosi nel gregge degli scrupolosi o dei deboli.
E o vendeiro tinha defronte dos olhos o namorado sorriso da filha do Miranda, sentia ainda a leve pressão do braço melindroso que se apoiara ao seu, algumas horas antes, em passeio pela praia de Botafogo; respirava ainda os perfumes da menina, suaves, escolhidos e penetrantes como palavras de amor; nos seus dedos grossos, curtos, ásperos e vermelhos, conservava a impressão da tépida carícia daquela mãozinha enluvada que, dentro em pouco, nos prazeres garantidos do matrimônio, afagar-lhe-ia as carnes e os cabelos. Mas, e a Bertoleza?... E il locandiere aveva davanti agli occhi il dolce sorriso della figlia di Miranda, sentiva ancora la leggera pressione del braccio permaloso che si era posato sul suo, poche ore prima, durante una passeggiata lungo la spiaggia di Botafogo; respirava ancora i profumi della ragazza, morbidi, scelti e penetranti come parole d'amore; nelle sue dita grosse, corte, ruvide e rosse, conservava l'impronta della calda carezza di quella manina guantata che, di lì a poco, nei piaceri garantiti del matrimonio, le avrebbe accarezzato la carne ei capelli. Ma, che mi dici di Bertoleza?...
Sim! era preciso acabar com ela! despachá-la! sumi-la por uma vez! Deu meia-noite no relógio do armazém. João Romão tomou uma vela e desceu aos fundos da casa, onde Bertoleza dormia. Aproximou-se dela, pé ante pé, como um criminoso que leva uma idéia homicida. A crioula estava imóvel sobre o enxergão, deitada de lado, com a cara escondida no braço direito, que ela dobrara por debaixo da cabeça. Aparecia-lhe uma parte do corpo nua. SÌ! Ho dovuto sbarazzarmi di lei! spediscilo! portalo via per una volta! Sull'orologio del magazzino suonò la mezzanotte. João Romão prese una candela e scese in fondo alla casa, dove dormiva Bertoleza. Le si avvicinò in punta di piedi, come un criminale con un'idea omicida. La creola era immobile sul pagliericcio, sdraiata su un fianco, il viso nascosto nel braccio destro che aveva ripiegato sotto la testa. Gli apparve una parte del corpo nudo.
João Romão contemplou-a por algum tempo, com asco. E era aquilo, aquela miserável preta que ali dormia indiferentemente, o grande estorvo da sua ventura!... Parecia impossível! — E se ela morresse?... Esta frase, que ele tivera, quando pensou pela primeira vez naquele obstáculo à sua felicidade, tornava-lhe agora ao espírito, porém já amadurecida e transformada nesta outra: — E se eu a matasse? João Romão la guardò a lungo, con disgusto. Ed ecco, quella misera negra che dormiva lì indifferente, il grande ostacolo alla sua felicità!... Sembrava impossibile! —E se morisse?... Questa frase, che aveva avuto quando aveva pensato per la prima volta a quell'ostacolo alla sua felicità, gli tornava ora alla mente, per quanto già maturata e trasformata in quest'altra: —E se morisse? L'ho uccisa?
Mas logo um calafrio de pavor correu-lhe por todos os nervos. Além disso, como?... Sim, como poderia despachá-la, sem deixar sinais comprometedores do crime?... Envenenando-a?... Dariam logo pela coisa!... Matá-la a tiro?... Pior! Levá-la a um passeio fora da cidade, bem longe e, no melhor da festa, atirá-la ao mar ou por um despenhadeiro, onde a morte fosse infalível?... Mas como arranjar tudo isso, se eles nunca passeavam juntos?... Diabo! Ma ben presto un brivido di terrore percorse tutti i suoi nervi. D'altronde come?... Sì, come avrebbe potuto mandarla via senza lasciare segni compromettenti del delitto?... Avvelenandola?... Se ne sarebbero accorti subito!... Fucilarla a morte?. .. Peggio! Portarla a spasso fuori città, lontano e, al culmine della festa, gettarla in mare o giù da uno scoglio, dove la morte era infallibile?... Diavolo!
E o desgraçado ficou a pensar, abstrato, de castiçal na mão, sem despregar os olhos de cima de Bertoleza, que continuava imóvel, com o rosto escondido no braço. — E se eu a esganasse aqui mesmo?... E deu, na ponta dos pés, alguns passos para frente, parando logo, sem deixar nunca de contemplá-la. Mas a crioula ergueu de improviso a cabeça e fitou-o com os olhos de quem não estava dormindo. — Ah! fez ele. — Que é, seu João? — Nada. Vim só ver-te... Cheguei ainda não há muito... Como vais tu? Passou-te a dor do lado?... E il disgraziato rimase a pensare, distrattamente, candeliere in mano, senza mai staccare gli occhi da Bertoleza, che rimase immobile, il volto nascosto nel braccio. — E se la strangolassi proprio qui?... E, in punta di piedi, fece qualche passo avanti, fermandosi subito, senza staccare gli occhi da lei. Ma la creola alzò improvvisamente la testa e lo guardò con gli occhi di chi non dorme. - OH! egli fece. — Che c'è, João? - Nulla. Sono appena venuto a trovarti... Sono arrivato da poco... Come stai? Il dolore è andato dal tuo fianco?...
Ela meneou os ombros, sem responder ao certo. Houve um silêncio entre os dois. João Romão não sabia o que dizer e saiu afinal, escoltado pelo imperturbável olhar da crioula, que o intimava mesmo pelas costas. — Teria desconfiado? pensou o miserável, subindo de novo para o quarto. Qual! Desconfiar de quê?... E meteu-se logo na cama, disposto a não pensar mais nisso e dormir incontinenti. Mas o seu pensamento continuou rebelde a parafusar sobre o mesmo assunto. Lei scrollò le spalle, senza rispondere veramente. Tra i due calò il silenzio. Joao Romão non sapeva cosa dire e alla fine se ne andò, scortato dallo sguardo imperturbabile del creolo, che lo intimidiva anche alle sue spalle. "Avresti sospettato?" pensò il disgraziato, risalendo in camera sua. Quale! Sospetto di cosa?... E si mise subito a letto, deciso a non pensarci più ea dormire subito. Ma il suo pensiero continuava ribelle a fottere sullo stesso argomento.
— É preciso despachá-la! É preciso despachá-la quanto antes, seja lá como for! Ela, até agora, não deu ainda sinal de si; não abriu o bico a respeito da questão; mas, Dona Estela está a marcar o dia do casamento; não levará muito tempo para isso... o Miranda naturalmente comunica a noticia aos amigos... o fato corre de boca em boca... chega aos ouvidos da crioula e esta, vendo-se abandonada, estoura! estoura com certeza! E agora o verás! Como deve ser bonito, hein?... Ir tão bem até aqui e esbarrar na oposição da negra!... E os comentários depois!... O que não dirão os invejosos lá da praça?... "Ah, ah! ele tinha em casa uma amiga, uma preta imunda com quem vivia! Que tipo! Sempre há de mostrar que e gentinha de laia muito baixa!... E aqui a engazopar-nos com uns ares de capitalista que se trata à vela de libra! "Dobbiamo eliminarla!" Deve essere spedito il prima possibile, in ogni caso! Finora non ha dato alcun segno di sé; non aprì bocca sull'argomento; ma Dona Estela sta fissando il giorno del matrimonio; non ci vorrà molto... Miranda naturalmente comunica la notizia alle sue amiche... il fatto si sparge di bocca in bocca... arriva alle orecchie del creolo e lei, vedendosi abbandonata, esplode! scoppia di sicuro! E ora lo vedrai! Come dev'essere bello, eh?... Andar così bene qui e imbattersi nell'opposizione della negra!... E poi i commenti!... Cosa non diranno gli invidiosi in piazza?... "Ah, ah! aveva un'amica in casa, una lurida negra con cui viveva! Che tipo! Dimostrerà sempre di essere una persona di bassissima classe!... Ed ecco che ci prende in giro con un po' di aria capitalista questo è tutto sulla vela lb!
Olha o carapicu pra que havia de dar. Sai sujo!" E, então, a família da menina, com medo de cair também na boca do mundo, volta atrás e dá o dito por não dito! Bem sei que ela está a par de tudo; isso, olé, se está! mas finge-se desentendida, porque conta, e com razão, que eu não serei tão parvo que espere o dia do casamento sem ter dado sumiço à negra! contam que a coisa correrá sem o menor escândalo! E eu, no entanto, tão besta que nada fiz! E a peste da crioula está ai senhora do terreiro como dantes, e não descubro meio de ver-me livre dela!... Ora já se viu como arranjei semelhante entalação?... Isto contado não se acredita! E pisava e repisava o caso, sem achar meio de dar-lhe saída! Diabo! Guarda il carapicu per cosa dovrei darlo. Esce sporco!" E poi, la famiglia della ragazza, temendo di cadere anch'essa in bocca al mondo, torna indietro e prende il detto per non detto! So che lei è a conoscenza di tutto; che, olé, lo è! ma lei fa finta di non capire, perché dice, giustamente, che non sarò così stupido da aspettare il giorno delle nozze senza aver mandato via la negra!, dicono che la cosa andrà senza il minimo scandalo! Io non ho fatto niente!E la peste creola c'è, signora del terreiro come prima, e non riesco a trovare un modo per liberarmene!... Hai visto come mi sono procurato una simile trappola? calpesta e calpesta il caso, senza trovare una via d'uscita!
— Ela há muito que devia estar longe de mim... fiz mal em não cuidar logo disso antes de mais nada!... Fui um pedaço d’asno! Se eu a tivesse despachado logo, quando ainda se não falava no meu casamento, ninguém desconfiaria da história: "Por que diabo iria o pobre homem dar cabo de uma mulher, com quem vivia na melhor paz e que era até, dentro de casa, o seu braço direito?..." Mas agora, depois de todas aquelas reformas de vida; depois da separação das camas, e principalmente depois que corresse a noticia do casamento, não faltaria decerto quem o acusasse, se a negra aparecesse morta de repente! Diabo! — Avrebbe dovuto essere lontana da me molto tempo fa... Ho sbagliato a non occuparmene subito!... Sono stato un pezzo di culo! Se l'avessi mandata via subito, quando ancora non si parlava del mio matrimonio, nessuno avrebbe sospettato la storia: "Perché diavolo il pover'uomo voleva distruggere una donna, con la quale viveva nella migliore pace e chi era anche, dentro casa, il tuo braccio destro?..." Ma ora, dopo tutte quelle riforme di vita; dopo la separazione dei letti, e soprattutto dopo che si era diffusa la notizia del matrimonio, non sarebbe certo mancato chi lo accusasse, se la negra fosse improvvisamente morta! Diavolo!
Deram quatro horas, e o desgraçado nada de pregar olho; continuava a matutar sobre o assunto, virando-se de um para outro lado da sua larga e rangedora cama de casados. Só pelo abrir da aurora, conseguiu passar pelo sono; mas, logo às sete da manhã, teve de pôr-se a pé: o cortiço estava todo alvoroçado com um desastre. Erano le quattro e il poveretto non riusciva a chiudere occhio; continuò a rimuginare sulla questione, rigirandosi e rigirandosi nel suo ampio letto matrimoniale cigolante. Solo all'alba riuscì a passare attraverso il sonno; ma, già alle sette del mattino, dovette alzarsi in piedi: il caseggiato era tutto in subbuglio per una sciagura.
A Machona lavava à sua tina, ralhando e discutindo como sempre, quando dois trabalhadores, acompanhados de um ruidoso grupo de curiosos, trouxeram-lhe sobre uma tábua o cadáver ensangüentado do filho. Agostinho havia ido, segundo o costume, brincar à pedreira com outros dois rapazitos da estalagem; tinham, cabritando pelas arestas do precipício, subido a uma altura superior a duzentos metros do chão e, de repente, faltara-lhe o equilíbrio e o infeliz rolou de lá abaixo, partindo os ossos e atassalhando as carnes. Todo ele, coitadinho, era uma só massa vermelha; as canelas, quebradas no joelho, dobravam moles para debaixo das coxas; a cabeça, desarticulada, abrira no casco e despejava o pirão dos miolos; numa das mãos faltavam-lhe todos os dedos e no quadril esquerdo via-se-lhe sair uma ponta de osso ralado pela pedra. Foi um alarma no pátio quando ele chegou. La Machona si stava lavando nella sua tinozza, rimproverando e litigando come al solito, quando due operai, accompagnati da un chiassoso gruppo di curiosi, portarono su un'asse il cadavere insanguinato del figlio. Agostinho era andato, secondo l'usanza, a giocare nella cava con altri due ragazzi della locanda; si erano, arrampicati lungo gli orli del precipizio, saliti ad un'altezza di oltre duecento metri dal suolo e, improvvisamente, perse l'equilibrio e lo sventurato rotolò da lì, rompendo le ossa e schiacciando la carne. Tutto lui, poverino, era una massa rossa; gli stinchi, rotti al ginocchio, piegati mollemente sotto le cosce; la testa, disarticolata, si aprì sullo scafo e rovesciò la poltiglia delle cervella; da una mano mancavano tutte le dita, e sull'anca sinistra si vedeva una punta d'osso graffiata dal sasso. C'era un allarme nel cortile quando è arrivato.
Cruzes! que desgraça! Albino, que lavava ao lado da Machona, teve uma síncope; Nenen ficou que nem doida, porque ela queria muito àquele irmão; a das Dores imprecou contra os trabalhadores, que deixavam um filho alheio matar-se daquele modo em presença deles; a mãe, essa apenas soltou um bramido de monstro apunhalado no coração e caiu mesquinha junto do cadáver, a beijá-lo, vagindo como uma criança. Não parecia a mesma! Croci! che vergogna! Albino, che si stava lavando accanto alla Machona, ebbe un ictus; Nenen era come una matta, perché amava così tanto quel fratello; das Dores maledisse gli operai, che si lasciavano uccidere in quel modo il figlio di uno sconosciuto in loro presenza; la madre, che si limitò a ruggire come un mostro pugnalato al cuore e si gettò accanto al cadavere, baciandolo, gemendo come un bambino. Non sembrava lo stesso!
As mães dos outros dois rapazitos esperavam imóveis e lívidas pela volta dos filhos, e, mal estes chegaram à estalagem, cada uma se apoderou logo do seu e caiu-lhe em cima, a sová-los ambos que metia medo. — Mira-te naquele espelho, tentação do diabo! exclamava uma delas, com o pequeno seguro entre as pernas a encher-lhe a bunda de chineladas. Não era aquele que devia ir, eras tu, peste! aquele, coitado! ao menos ajudava a mãe, ganhava dois mil-réis por mês regando as plantas do Comendador, e tu, coisa-ruim, só serves para me dar consumições! Toma! Toma! Toma! E o chinelo cantava entre o berreiro feroz dos dois rapazes. Le madri degli altri due ragazzi aspettavano, immobili e livide, il ritorno dei loro figli, e appena arrivate alla locanda, ciascuna afferrava subito la propria e gli cadeva addosso, picchiandoli entrambi fino allo spavento. — Guardati in quello specchio, tentazione del diavolo! esclamò una di loro, con la piccola assicurazione tra le gambe che le riempiva il culo di ciabatte. Non era lui che doveva andare, eri tu, peste! quello, poverino! almeno aiutava sua madre, guadagnava due milreis al mese annaffiando le piante del Comandante, e tu, male, sei buono solo a darmi da mangiare! Qui! Qui! Qui! E la pantofola cantava tra le urla feroci dei due ragazzi.
João Romão chegou ao terraço de sua casa, ainda em mangas de camisa, e de lá mesmo tomou conhecimento do que acontecera. Contra todos os seus hábitos impressionou-se com a morte de Agostinho; lamentou-a no intimo, tomado de estranhas condolências. Pobre pequeno! tão novo... tão esperto... e cuja vida não prejudicava a ninguém, morrer assim, desastradamente!... ao passo que aquele diabo velho da Bertoleza continuava agarrado à existência, envenenando-lhe a felicidade, sem se decidir a despachar o beco! João Romão ha raggiunto il terrazzo di casa sua, ancora in maniche di camicia, e da lì ha saputo cosa era successo. Contro tutte le sue abitudini, fu sconvolto dalla morte di Agostino; se ne pentì in cuor suo, pieno di strane condoglianze. Povero piccolo! così giovane... così intelligente... e la cui vita non ha fatto male a nessuno, morire così, rovinosamente!... mentre quel vecchio diavolo di Bertoleza continuava ad aggrapparsi all'esistenza, avvelenando la sua felicità, senza decidersi a prendere sbarazzarsi di esso. il vicolo!
E o demônio da crioula parecia mesmo não estar disposta a ir só com duas razões; apesar de triste e acabrunhada, mostrava-se forte e rija. Suas pernas curtas e lustrosas eram duas peças de ferro unidas pela culatra, das quais ela trazia um par de balas penduradas em saco contra o peito; as róseas lustrosas do seu cachaço lembravam grossos chouriços de sangue, e na sua carapinha compacta ainda não havia um fio branco. Aquilo, arre! tinha vida para o resto do século! E il demone creolo non sembrava davvero disposto ad andare con solo due motivi; nonostante fosse triste e sopraffatta, era forte e tenace. Le sue gambe corte e lucide erano due pezzi di ferro uniti alla culatta, da cui aveva un paio di proiettili appesi in una borsa contro il petto; le lucide rose sul collo sembravano grosse salsicce di sangue, e nei suoi capelli compatti non c'era nemmeno un filo di bianco. Quello, culo! ebbe vita per il resto del secolo!
— Mas deixa estar, que eu te despacho bonito e asseado!... disse o vendeiro de si para si, voltando ao quarto para acabar de vestir-se. Enfiava o colete quando bateram pancadas familiares na porta do corredor. —Então?! Ainda se está em val de lençóis?... Era a voz do Botelho. O vendeiro foi abrir e fê-lo entrar ali mesmo para a alcova. — Ponha-se a gosto. Como vai você? — Assim. Não tenho passado lá essas coisas... “Ma non ti preoccupare, te lo mando bello e pulito!” si disse il locandiere tornando in camera da letto per finire di vestirsi. Si stava infilando il panciotto quando si sentì bussare familiare alla porta dell'ingresso. -Poi?! Sei ancora in Val de Lençóis?... Era la voce di Botelho. Il locandiere andò ad aprirlo e lo fece entrare proprio lì nell'alcova. - Fai come se fossi a casa tua. Come va? - Come questo. Non ci sono stato per quelle cose...
João Romão deu-lhe noticia da morte do Agostinho e declarou que estava com dor de cabeça. Não sabia que diabo tinha ele aquela noite, que não houve meio de pegar direito no sono. — Calor... explicou o outro. E prosseguiu depois de uma pausa, acendendo um cigarro: pois eu vinha cá falar-lhe... Você não repare, mas... João Romão supôs que o parasita ia pedir-lhe dinheiro e preparou-se para a defesa, queixando-se inopinadamente de que os negócios não lhe corriam bem; mas calou-se, porque o Botelho acrescentou com o olhar fito nas unhas: — Não devia falar nisto... são coisas suas lá particulares, em que a gente não se mete, mas... João Romão gli diede la notizia della morte di Agostinho e dichiarò che aveva mal di testa. Non sapeva cosa diavolo stava combinando quella notte, che non c'era modo di addormentarsi come si deve. - Calore... spiegò l'altro. E continuò dopo una pausa, accendendosi una sigaretta: perché sono venuto qui per parlargli... Non ci fai caso, ma... João Romão pensò che il parassita gli avrebbe chiesto dei soldi e si preparò a la sua difesa, lamentandosi se all'improvviso quell'affare non andava bene; ma tacque, perché Botelho aggiunse con lo sguardo fisso sulle unghie: — Non dovresti parlarne... queste sono cose tue private, nelle quali non ci immischiamo, ma...
O taberneiro compreendeu logo onde a visita queria chegar e aproximou-se dele, dizendo confidencialmente: — Não! Ao contrário! fale com franqueza... Nada de receios... — É que... sim, você sabe que eu tenho tratado do seu casamento com a Zulmirinha... Lá em casa não se fala agora noutra coisa... até a própria Dona Estela já está muito bem disposta a seu favor... mas... — Desembuche, homem de Deus! — É que há um pontinho que é preciso pôr a limpo... Coisa insignificante, mas... — Mas, mas! você não desembuchará por uma vez?... Fale, que diabo! Um caixeiro do armazém apareceu à porta, prevenindo de que o almoço estava na mesa. Il taverniere capì subito a cosa voleva arrivare il visitatore e gli si avvicinò dicendogli confidenzialmente: — No! Anzi! parla con franchezza... Non aver paura... —È solo che... sì, lo sai che mi sono occupato del tuo matrimonio con Zulmirinha... A casa non parliamo d'altro ora... Dona Estela è già molto ben disposta in tuo favore... ma... "Piantala, uomo di Dio!" — Solo che c'è un puntino da ripulire... Una cosa insignificante, ma... — Ma, ma! non lo rovesci per una volta?... Parla, che diavolo! Un impiegato del magazzino apparve sulla porta, informandoli che il pranzo era in tavola.
— Vamos comer, disse João Romão. Você já almoçou? — Ainda não, mas lá em casa contam comigo... O vendeiro mandou o seu empregado dizer lá defronte à família do Barão que seu Botelho não ia ao almoço. E, sem tomar o casaco, passou com a visita à sala de jantar. O cheiro ativo dos móveis, polidos ainda de fresco, dava ao aposento um caráter insociável de lagar desabitado e por alagar. Os trastes, tão nus como as paredes, entristeciam com a sua fria nitidez de coisa nova. — Mas vamos lá! Que temos então?... inquiriu o dono da casa, assentando-se à cabeceira da mesa, enquanto o outro, junto dele, tomava lugar à extremidade de um dos lados. "Mangiamo," disse Joao Romão. Hai pranzato? — Non ancora, ma a casa contano su di me... Il locandiere mandò lì il suo impiegato a dire davanti alla famiglia del barone che Seu Botelho non sarebbe andato a pranzo. E, senza togliersi il cappotto, continuò la sua visita in sala da pranzo. L'odore attivo dei mobili, ancora lucidati di fresco, dava alla stanza il carattere poco socievole di un torchio disabitato e non allagato. I tasti, nudi come le pareti, erano tristi con la loro fredda, nuova chiarezza. - Ma andiamo! Che cosa abbiamo allora?... domandò il padrone di casa, sedendosi a capotavola, mentre l'altro, accanto a lui, prendeva posto all'estremità di uno dei lati.
— É que, respondeu o velho em tom de mistério, você tem cá em sua companhia uma... uma crioula, que... Eu não creio, note-se, mas... — Adiante! — É! Dizem que ela é coisa sua... Lá em casa rosnou!... O Miranda defende-o, afirma que não... Ah! aquilo é uma grande alma! mas Dona Estela, você sabe o que são as mulheres!... torce o nariz e... Em uma palavra: receio que esta história nos traga qualquer embaraço!... Calou-se, porque acabava de entrar um portuguesinho, trazendo uma travessa de carne ensopada com batatas. João Romão não respondeu, mesmo depois que o pequeno saiu; ficou abstrato, a bater com a faca entre os dentes. —È solo che, rispose il vecchio con tono misterioso, hai con te un... un creolo, che... non credo, bada bene, ma... —Va avanti! - E! Dicono che ti piace... A casa ringhiava!... Miranda lo difende, dice di no... Ah! quella è una grande anima! Ma donna Estela, sai cosa sono le donne!... Storci il naso e... In una parola: ho paura che questa storia ci metta in imbarazzo!... un piatto di stufato di carne con patate. João Romão non ha risposto, anche dopo che il piccolo se n'è andato; divenne distratto, picchiettando il coltello tra i denti.
— Por que você a não manda embora?... arriscou o Botelho, despejando vinho no seu e no copo do companheiro. Ainda desta vez não obteve logo resposta; mas o outro tomando, afinal, uma resolução, declarou confidencialmente: — Vou dizer-lhe toda coisa como ela é... e talvez que você até me possa auxiliar!... Olhou para os lados, chegou mais a sua cadeira para junto da de Botelho e acrescentou em voz baixa: — Esta mulher meteu-se comigo, quando eu principiava minha vida... Então, confesso... precisava de alguém nos casos dela, que me ajudasse... e ajudou-me muito, não nego! Devo-lhe isso! não! ajudar-me ajudou! mas... «Perché non la mandi via?» azzardò Botelho, versando del vino nei bicchieri suoi e del compagno. Questa volta, però, non ha ricevuto una risposta immediata; ma l'altro, finalmente deciso, dichiarò confidenzialmente: —Ti dirò tutto così com'è... e forse puoi anche aiutarmi!... Si guardò intorno, avvicinò a sé la sedia. e aggiunse sottovoce: —Questa donna si è messa con me quando stavo iniziando la mia vita... Quindi, lo confesso... Avevo bisogno di qualcuno nei suoi casi, che mi aiutasse... e lui mi ha aiutato molto, non nego! Te lo devo! NO! aiutami aiutato! Ma...
— E depois? — Depois, ela foi ficando para ai; foi ficando... e agora... — Agora é um trambolho que lhe pode escangalhar a igrejinha! É o que é! — Sim, que dúvida! pode ser um obstáculo sério ao meu casamento! Mas, que diabo! eu também, você compreende, não a posso pôr na rua, assim, sem mais aquelas!... Seria ingratidão, não lhe parece?... — Ela já sabe em que pé está o negócio?... — Deve desconfiar de alguma coisa, que não é tola!... Eu, cá por mim, não lhe toquei em nada... — E você ainda faz vida com ela? — Qual! há muito tempo que nem sombras disso... — Pois, então, meu amigo, é arranjar-lhe uma quitanda em outro bairro; dar-lhe algum dinheiro e... Boa viagem! O dente que já não presta arranca-se fora! - Poi? — Dopo, è rimasta lì; è andata avanti... e ora... —Ora è un pasticcio che potrebbe rovinare la chiesetta! È quello che è! — Sì, che dubbio! potrebbe essere un serio ostacolo al mio matrimonio! Ma che diavolo! Anch'io, capisci, non posso metterla in strada, così, senza più di quello!... Sarebbe ingratitudine, non credi?... —Sa già qual è la situazione? è?... una cosa, che non è sciocchezza!... Io, per esempio, non l'ho toccata affatto... —E vivi ancora con lei? - Quale! di questo non c'è nemmeno l'ombra da molto tempo... —Allora, amico mio, trova un negozio di alimentari in un altro quartiere; dagli dei soldi e... Buon viaggio! Il dente che non funziona più viene estratto!
João Romão ia responder, mas Bertoleza assomou à entrada da sala. Vinha tão transformada e tão lívida que só com a sua presença intimidou profundamente os dois. A indignação tirava-lhe faíscas dos olhos e os lábios tremiam-lhe de raiva. Logo que falou veio-lhe espuma aos cantos da boca. — Você está muito enganado, seu João, se cuida que se casa e me atira a toa! exclamou ela. Sou negra, sim, mas tenho sentimentos! Quem me comeu a carne tem de roer-me os ossos! Então há de uma criatura ver entrar ano e sair ano, a puxar pelo corpo todo o santo dia que Deus manda ao mundo, desde pela manhãzinha até pelas tantas da noite, para ao depois ser jogada no meio da rua, como galinha podre?! Não! Não há de ser assim, seu João! — Mas, filha de Deus, quem te disse que eu quero atirar-te à toa?... perguntou o capitalista. João Romão stava per rispondere, ma Bertoleza apparve all'ingresso della stanza. Era così trasformata e così livida che la sua sola presenza li intimidiva entrambi. L'indignazione brillava nei suoi occhi e le sue labbra tremavano di rabbia. Non appena parlò, gli venne la schiuma agli angoli della bocca. — Ti sbagli di grosso, João, bada a sposarti e a buttarmi in giro per niente! esclamò. Sono nero, sì, ma ho dei sentimenti! Chi ha mangiato la mia carne deve rosicchiare le mie ossa! Quindi c'è una creatura da vedere anno dopo anno, tirando il suo corpo ogni singolo giorno che Dio manda nel mondo, dalla mattina presto fino a tarda notte, per poi essere gettato in mezzo alla strada, come un pollo marcio? ! NO! Non sarà così, João! — Ma, figlia di Dio, chi ti ha detto che voglio buttarti per niente?... chiese il capitalista.
— Eu escutei o que você conversava, seu João! A mim não me cegam assim só! Você é fino, mas eu também sou! Você está armando casamento com a menina de seu Miranda! — Sim, estou. Um dia havia de cuidar de meu casamento!... Não hei de ficar solteiro toda a vida, que não nasci para podengo. Mas também não te sacudo na rua, como disseste; ao contrário agora mesmo tratava aqui com o seu Botelho de arranjar-te uma quitanda e... — Não! Com quitanda principiei; não hei de ser quitandeira até morrer! Preciso de um descanso! Para isso mourejei junto de você enquanto Deus Nosso Senhor me deu força e saúde! — Mas afinal que diabo queres tu?! — Ho sentito di cosa stavi parlando, João! Non mi accecano così! Tu sei magro, ma lo sono anch'io! Stai progettando di sposare la ragazza di Miranda! - Sì, io sono. Un giorno mi occuperò del mio matrimonio!... Non resterò celibe per tutta la vita, perché non sono nato per essere un Podengo. Ma non ti scuoto neanche per strada, come hai detto; anzi, poco fa lui e Botelho stavano cercando di trovarti un negozio di alimentari e... —No! Con il fruttivendolo ho iniziato; Non sarò un fruttivendolo fino alla morte! Ho bisogno di una pausa! Per questo ho lavorato con voi mentre Dio Nostro Signore mi dava forza e salute! — Ma che diavolo vuoi comunque?!
— Ora essa! Quero ficar a seu lado! Quero desfrutar o que nós dois ganhamos juntos! quero a minha parte no que fizemos com o nosso trabalho! quero o meu regalo, como você quer o seu! — Mas não vês que isso é um disparate?... Tu não te conheces?... Eu te estimo, filha; mas por ti farei o que for bem entendido e não loucuras! Descansa que nada te há de faltar!... Tinha graça, com efeito, que ficássemos vivendo juntos! Não sei como não me propões casamento! — Ah, quello! Voglio stare al tuo fianco! Voglio godermi ciò che noi due abbiamo guadagnato insieme! Voglio la mia parte in quello che abbiamo fatto con il nostro lavoro! Voglio il mio dolcetto come tu vuoi il tuo! — Ma non vedi che è una sciocchezza?... Non ti conosci?... Ti amo, figlia; ma per te farò ciò che è giusto e non pazzo! Siate certi che non vi mancherà nulla!... È stato divertente, infatti, che siamo rimasti a vivere insieme! Non so come tu non me lo proponga!
— Ah! agora não me enxergo! agora eu não presto para nada! Porém, quando você precisou de mim não lhe ficava mal servir-se de meu corpo e agüentar a sua casa com o meu trabalho! Então a negra servia pra um tudo; agora não presta pra mais nada, e atira-se com ela no monturo do cisco! Não! assim também Deus não manda! Pois se aos cães velhos não se enxotam, por que me hão de pôr fora desta casa, em que meti muito suor do meu rosto?... Quer casar, espere então que eu feche primeiro os olhos; não seja ingrato! João Romão perdeu por fim a paciência e retirou-se da sala, atirando à amante uma palavrada porca. - OH! ora non mi vedo! Ora non sono buono a niente! Tuttavia, quando avevi bisogno di me, non sarebbe male usare il mio corpo e sostenere la tua casa con il mio lavoro! Quindi la donna di colore era buona per tutto; ora non serve a nient'altro, e lo getti nel letamaio di polvere! NO! così anche Dio non comanda! Ebbene, se i vecchi cani non vengono cacciati via, perché dovrebbero buttarmi fuori da questa casa, dove ho sudato molto in faccia?... Se vuoi sposarti, allora aspetta che chiuda il mio prima gli occhi; non essere ingrato! Joao Romão alla fine perse la pazienza e lasciò la stanza, lanciando una parolaccia alla sua amante.
— Não vale a pena encanzinar-se... segredou-lhe o Botelho, acompanhando-o até a alcova, onde o vendeiro enterrou com toda a força o chapéu na cabeça e enfiou o paletó com a mão fechada em murro. — Arre! Não a posso aturar nem mais um instante! Que vá para o diabo que a carregue! em casa é que não me fica! — Calma, homem de Deus! Calma! — Se não quiser ir por bem, ira por mal! Sou eu quem o diz! E o vendeiro esfuziou pela escada, levando atrás de si o velhote, que mal podia acompanhá-lo na carreira. Já na esquina da rua parou e, fitando no outro o seu olhar flamejante, perguntou-lhe: — Você viu?! "Non vale la pena lasciarsi incantare..." gli sussurrò Botelho, accompagnandolo nell'alcova, dove l'oste gli affondò il cappello con tutte le forze sulla testa e gli rincalzò la giacca con la mano chiusa a pugno. "Arri!" Non posso sopportarla un altro momento! Al diavolo! a casa non mi resta! "Calmati, uomo di Dio!" Calma! — Se non vuoi andare per il bene, fallo per il male! Sono io che lo dico! E il locandiere si precipitò giù per le scale, trascinandosi dietro il vecchio, che riusciva a malapena a seguirlo nella corsa. All'angolo della strada, si fermò e, fissando gli occhi fiammeggianti sull'altro, chiese: "Hai visto?"
— É... resmungou o parasita, de cabeça baixa, sem interromper os passos. E seguiram em silêncio, andando agora mais devagar; ambos preocupados. No fim de uma boa pausa, Botelho perguntou se Bertoleza era escrava quando João Romão tomou conta dela. Esta pergunta trouxe uma inspiração ao vendeiro. Ia pensando em metê-la como idiota no Hospício de Pedro 11, mas acudia-lhe agora coisa muito melhor: entregá-la ao seu senhor, restituí-la legalmente à escravidão. Não seria difícil... considerou ele; era só procurar o dono da escrava, dizer-lhe onde esta se achava refugiada e aquele ir logo buscá-la com a polícia. E respondeu ao Botelho: - Già... mormorò il parassita, a testa bassa, senza interrompere il suo passo. E proseguirono in silenzio, camminando ora più lentamente; entrambi preoccupati. Al termine di una lunga pausa, Botelho chiese se Bertoleza fosse una schiava quando João Romão si prendeva cura di lei. Questa domanda ha portato un'ispirazione al locandiere. Stava pensando di metterla come un'idiota nel manicomio di Pedro 11, ma ora gli venne in mente qualcosa di molto meglio: consegnarla al suo padrone, riportarla legalmente in schiavitù. Non sarebbe stato difficile... pensò; bastava cercare il proprietario della schiava, dirgli dove si era rifugiata e lui sarebbe subito andato a prenderla con la polizia. E lui ha risposto a Botelho:
— Era e é! — Ah! Ela é escrava? De quem? — De um tal Freitas de Melo. O primeiro nome não sei. Gente de fora. Em casa tenho as notas. — Ora! então a coisa é simples!... Mande-a p’ro dono! — E se ela não quiser ir?... — Como não?! A polícia a obrigará! É boa! — Ela há de querer comprar a liberdade... — Pois que a compre, se o dono consentir!... Você com isso nada mais tem que ver! E se ela voltar à sua procura, despache-a logo; se insistir, vá então à autoridade e queixe-se! Ah, meu caro, estas coisas, para serem bem feiras, fazem-se assim ou não se fazem! Olhe que aquele modo com que ela lhe falou há pouco é o bastante para você ver que semelhante estupor não lhe convém dentro de casa nem mais um instante! Digo-lhe até: já não só pelo fato do casamento, mas por tudo! Não seja mole! — Era ed è! - OH! È una schiava? Da chi? —Da un certo Freitas de Melo. Il nome non lo so. Outsider. A casa ho gli appunti. - Ora! quindi la cosa è semplice!... Mandalo al proprietario! — E se non vuole andare?... — Perché no?! La polizia ti farà! Va bene! —Lei vorrà comprare la sua libertà... —Beh, che la compri, se il proprietario acconsente!... Non c'entri altro! E se torna a cercarti, mandala subito via; se insisti, vai dall'autorità e lamentati! Ah, mia cara, queste cose, per essere giuste, devono essere fatte così o non fatte! Guarda, ti basta il modo in cui ti ha parlato poco fa per capire che un tale stupore non ti si addice un attimo di più in casa! Dico anche: non solo per il fatto del matrimonio, ma per tutto! Non essere tenero!
João Romão escutava, caminhando calado, sem mais vislumbres de agitação. Tinham chegado à praia. — Você quer encarregar-se disto? propôs ele ao companheiro, parando ambos à espera do bonde; se quiser pode tratar, que lhe darei uma gratificação menos má... — De quanto?... — Cem mil-réis! — Não! dobre! — Terás os duzentos! — Está dito! Eu cá, pra tudo que for pôr cobro a relaxamento de negro, estou sempre pronto! — Pois então logo mais à tarde lhe darei, ao certo, o nome do dono, o lugar em que ele residia quando ela veio para mim e o mais que encontrar a respeito. — E o resto fica a meu cuidado! Pode dá-la por despachada! Joao Romão ascoltava, camminando in silenzio, senza più tracce di agitazione. Avevano raggiunto la spiaggia. "Vuoi occuparti di questo?" propose al suo compagno, fermandosi entrambi ad aspettare il tram; Se vuoi, puoi trattarlo, e ti darò un bonus meno cattivo... —Quanto?... —Cento milreis! - NO! piega! — Avrai i duecento! - Si dice! Sono sempre pronto a tutto ciò che mette fine alla pigrizia dei neri! — Bene, allora più tardi nel pomeriggio ti darò il nome esatto del proprietario, il luogo in cui abitava quando è venuta da me, e qualsiasi altra cosa riesco a trovare al riguardo. "E il resto dipende da me!" Puoi spedirlo!


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