A escrava Isaura

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Na fazenda de Leôncio havia um grande salão toscamente construído, sem forro nem soalho, destinado ao trabalho das escravas que se ocupavam em fiar e tecer lã e algodão. Os móveis deste lugar consistiam em tripeças, tamboretes, bancos, rodas de fiar, dobadouras, e um grande tear colocado a um canto. Ao longo do salão, defronte de largas janelas guarnecidas de balaústres, que davam para um vasto pálio interior, via-se postada uma fila de fiandeiras. Eram de vinte a trinta negras, crioulas e mulatas, com suas tenras crias ao colo ou pelo chão a brincarem em redor delas.
Nella fattoria di Leôncio c'era una grande sala rozzamente costruita, senza soffitti né pavimenti, adibita al lavoro delle schiave addette alla filatura e alla tessitura della lana e del cotone. I mobili di questo luogo erano costituiti da treppiedi, sgabelli, panche, filatoi, avvolgitori e un grande telaio posto in un angolo. Per tutta la lunghezza della sala, davanti ad ampie finestre con balaustre, che si aprivano su un vasto baldacchino interno, si vedeva in piedi una fila di filatrici. C'erano da venti a trenta donne nere, creole e mulatte, con i loro teneri bambini in grembo o sul pavimento che giocavano intorno a loro.

Umas conversavam, outras cantarolavam para encurtarem as longas horas de seu fastidioso trabalho. Viam-se ali caras de todas as idades, cores e feitios, desde a velha africana, trombuda e macilenta, até à roliça e luzidia crioula, desde a negra brunida como azeviche até à mulata quase branca.
Alcuni chiacchieravano, altri canticchiavano per abbreviare le lunghe ore del loro noioso lavoro. C'erano volti di tutte le età, colori e forme, dalla vecchia africana, grossa ed emaciata, alla creola paffuta e lucente, dalla nera corvina alla mulatta quasi bianca.

Entre estas últimas distinguia-se uma rapariguinha, a mais faceira e gentil que se pode imaginar nesse gênero. Esbelta e flexível de corpo, tinha o rostinho mimoso, lábios um tanto grossos, mas bem modelados, voluptuosos, úmidos, e vermelhos como boninas que acabam de desabrochar em manhã de abril. Os olhos negros não eram muito grandes, mas tinham uma viveza e travessura encantadoras. Os cabelos negros e anelados podiam estar bem na cabeça da mais branca fidalga de além-mar. Ela porém os trazia curtos e mui bem frisados à maneira dos homens. Isto longe de tirar-lhe a graça, dava à sua fisionomia zombeteira e espevitada um chispe original e encantador.
Tra questi ultimi spiccava una bambina, la più civettuola e gentile che si possa immaginare in questo genere. Di corporatura slanciata e flessuosa, aveva un visino dolce, labbra un po' carnose ma ben disegnate, voluttuose, umide e rosse come boninas appena schiuse in una mattina d'aprile. Gli occhi neri non erano molto grandi, ma avevano un'affascinante vivacità e malizia. I ricci capelli neri avrebbero potuto essere proprio sulla testa della nobildonna più bianca d'oltremare. Lei invece li portava corti e molto ben arricciati alla maniera degli uomini. Questo, lungi dal sminuire il suo umorismo, dava al suo viso beffardo e vivace uno scintillio originale e affascinante.

Se não fossem os brinquinhos de ouro, que lhe tremiam nas pequenas e bem molduradas orelhas, e os túrgidos e ofegantes seios que como dois trêfegos cabritinhos lhe pulavam por baixo de transparente camisa, tomá-la-íeis por um rapazote maroto e petulante. Veremos em breve de que ralé era esta criança, que tinha o bonito nome de Rosa.
Se non fosse stato per i piccoli orecchini d'oro, che tremavano nelle sue piccole orecchie ben formate, e per i seni gonfi e ansimanti che rimbalzavano come due caprette sotto la sua camicia trasparente, l'avresti presa per un ragazzo birichino e petulante . Vedremo presto che marmaglia era questa bambina, che aveva il bel nome di Rosa.

No meio do sussurro das rodas, que giravam, das monótonas cantarolas das fiandeiras, do compasso estrépito do tear, que trabalhava incessantemente, dos guinchos e alaridos das crianças, quem prestasse atento ouvido, escutaria a seguinte conversação, travada timidamente e a meia voz em um grupo de fiandeiras, entre as quais se achava Rosa.
Tra il sussurro delle ruote che girano, il monotono ronzio delle filatrici, il ritmo sferragliante del telaio che lavorava incessantemente, gli strilli e le urla dei bambini, chiunque ascoltasse attentamente udiva la seguente conversazione, tenuta timidamente e a mezza voce in un gruppo di filatrici, tra cui Rosa.

— Minhas camaradas, — dizia a suas vizinhas uma crioula idosa, matreira e sabida em todos os mistérios da casa desde os tempos dos senhores velhos, — agora que sinhô velho morreu, e que sinhá Malvina foi-se embora para a casa de seu pai dela, é que nós vamos ver o que e rigor de cativeiro. — Como assim, tia Joaquina?!...
- Miei compagni, - un'anziana creola, astuta e ben informata in tutti i misteri della casa fin dai tempi degli antichi padroni, disse ai suoi vicini, - ora quel vecchio è morto, e quel vecchio Malvina è andato a casa di suo padre lei, è che vedremo qual è il rigore della prigionia. — Cosa vuoi dire, zia Joaquina?!...

— Como assim!... vocês verão. Vocês bem sabem, que sinhô velho não era de brinquedo; pois sim; lá diz o ditado — atrás de mim virá quem bom me fará. — Este sinhô moço Leôncio... hum!... Deus queira que me engane... quer-me parecer que vai-nos fazer ficar com saudade do tempo de sinhô velho... — Cruz! ave Maria!... não fala assim, tia Joaquina!... então é melhor matar a gente de uma vez...
— Cosa vuoi dire!... vedrai. Sai benissimo, quel vecchio non era un giocattolo; SÌ; dice il detto: dietro di me verrà chi mi farà del bene. — Questo giovanotto Leôncio... hmm!... Dio mi aiuti se mi inganna... vuole farci sembrare che ci farà rimpiangere i giorni del vecchio maestro... —Cruz! Ave Maria!... Non parlare così, zia Joaquina!... Quindi è meglio ucciderci tutti in una volta...

— Este não quer saber de fiados nem de tecidos, não; e daqui a pouco nós tudo vai pra roça puxar enxada de sol a sol, ou pra o cafezal apanhar café, e o pirai do feitor aí rente atrás de nós. Vocês verão. Ele o que quer é café, e mais café, que é o que dá dinheiro.
— A questo non importa di filati o tessuti, no; e tra poco andremo tutti nei campi a tirare la zappa dall'alba al tramonto, o alla piantagione di caffè a raccogliere il caffè, e la pirai del sorvegliante proprio lì dietro di noi. Vedrai. Quello che vuole è il caffè, e ancora caffè, che è ciò che fa soldi.

— Também, a dizer a verdade, não sei o que será melhor, — observou outra escrava, — se estar na roça trabalhando de enxada, ou aqui pregada na roda, desde que amanhece até nove, dez horas da noite. Quer-me parecer que lã ao menos a gente fica mais à vontade. — Mais à vontade?!.., que esperança! — exclamou uma terceira. — Antes, aqui, mil vezes! aqui ao menos a gente sempre está livre do maldito feitor.
"Inoltre, a dirti la verità, non so cosa sarebbe meglio", osservò un altro schiavo, "se sono nei campi a lavorare con la zappa, o qui inchiodato alla ruota, dall'alba fino alle nove, dieci ore di notte." Mi sembra che almeno la lana ci renda più comodi. — Più a suo agio?!..., che speranza! esclamò un terzo. "Prima, qui, mille volte!" qui, almeno, siamo sempre liberi dal maledetto sorvegliante.

— Qual, minha gente! — ponderou a velha crioula — tudo é cativeiro. Quem teve a desgraça de nascer cativo de um mau senhor, dê por aqui, dê por acolá, há de penar sempre. Cativeiro é má sina; não foi Deus que botou no mundo semelhante coisa, não; foi invenção do diabo. Não vê o que aconteceu com a pobre Juliana, mãe de Isaura?
— Andiamo, gente mia! - rifletté il vecchio creolo - tutto è prigionia. Chi ha avuto la sfortuna di nascere prigioniero di un cattivo padrone, qualunque cosa sia, qualunque cosa sia, soffrirà sempre. La prigionia porta sfortuna; Non è stato Dio a mettere al mondo una cosa del genere, no; era un'invenzione del diavolo. Non vedi che fine ha fatto la povera Giuliana, la madre di Isaura?

— Por falar nisso, — atalhou uma das fiandeiras, — o que fica fazendo agora a Isaura?... enquanto sinhá Malvina estava aí, ela andava de estadão na sala, agora... — Agora fica fazendo as vezes de sinhá Malvina, — acudiu Rosa com seu sorriso maligno e zombeteiro.
— A proposito, — intervenne una delle filatrici, — cosa sta facendo Isaura adesso?... mentre la signorina Malvina era lì, se ne stava in soggiorno, adesso... — Adesso si comporta come la signorina Malvina, Rose aiutò con il suo sorriso malvagio e beffardo.

— Cala a boca, menina! — bradou com voz severa a velha crioula. — Deixa dessas falas. Coitada da Isaura. Deus te livre a você de estar na pele daquela pobrezinha! se vocês soubessem quanto penou a pobre da mãe dela! ah! aquele sinhô velho foi um home judeu mesmo, Deus te perdoe. Agora com Isaura e sinhô Leôncio a coisa vai tomando o mesmo rumo. Juliana era uma mulata bonita e sacudida; era da cor desta Rosa mas inda mais bonita e mais bem feita...
- Taci ragazza! gridò il vecchio creolo con voce severa. "Smettila con queste battute. Povera Isauro. Dio ti proibisca di metterti nei panni di quella povera ragazza! Se tu sapessi quanto ha sofferto la sua povera madre! ah! quel vecchio era un vero ebreo, Dio ti perdoni. Ora con Isaura e Sinhô Leôncio, le cose stanno prendendo lo stesso corso. Juliana era una mulatta bella ed equilibrata; Era il colore di questa Rosa ma ancora più bella e fatta meglio...

Rosa deu um muxoxo, e fez um momo desdenhoso. — Mas isso mesmo foi a perdição dela, coitada! — continuou a crioula velha. — O ponto foi sinhô velho gostar dela... eu já contei a vocês o que é que aconteceu. Juliana era uma rapariga de brio, e por isso teve de penar, até morrer. Nesse tempo o feitor era esse siô Miguel, que anda aí, e que é pai de Isaura. Isso é que era feitor bom!... todo mundo queria ele bem, e tudo andava direito. Mas esse siô Francisco, que ai anda agora, cruz nele!... é a pior peste que tem botado os pés nesta casa.
Rosa sbuffò e fece un momo sdegnoso. "Ma questa è stata la sua rovina, poverina!" continuò il vecchio creolo. — Il punto era che al vecchio piaceva... Ti ho già detto cos'è successo. Juliana era una ragazza orgogliosa, ed è per questo che ha dovuto soffrire, fino alla morte. A quel tempo, il sorvegliante era questo siô Miguel, che è lì, e che è il padre di Isaura. Ecco cos'era un buon sorvegliante!... Tutti gli volevano bene, e tutto andò bene. Ma quel siô Francisco, che c'è adesso, perfidalo!... è la peggiore piaga che abbia messo piede in questa casa.

Mas, como ia dizendo, o siô Miguel gostava muito de Juliana, e trabalhou, trabalhou até ajuntar dinheiro para forrar ela. Mas nhonhô não esteve por isso, ficou muito zangado, e tocou o feitor para fora. Também Juliana pouco durou; pirai e serviço deu co'ela na cova em pouco tempo. Picou aí a pobre menina ainda de mama, e se não fosse sinhá velha, que era uma santa mulher, Deus sabe o que seria dela!... também, coitada!... antes Deus a tivesse levado!...
Ma, come stavo dicendo, Siô Miguel era molto affezionato a Juliana, e ha lavorato e lavorato finché non ha avuto abbastanza soldi per mantenerla. Ma Donhô non c'era, si arrabbiò molto e buttò fuori il caposquadra. Anche Juliana ebbe vita breve; pirai e servizio diede co'ela nel sepolcro in poco tempo. Ecco, la povera ragazza, ancora allattata, pungeva, e se non fosse stato per la vecchia, che era una santa donna, chissà che ne sarebbe stato di lei!... anche, poveretta!... Io vorrei che Dio l'avesse presa!...

— Por quê, tia Joaquina?... — Porque está-me parecendo, que ela vai ter a mesma sina da mãe... — E o que mais merece aquela impostora? — murmurou a invejosa e malévola Rosa. — Pensa que por estar servindo na sala é melhor do que as outras, e não faz caso de ninguém. Deu agora em namorar os moços brancos, e como o pai diz que há de forrar ela, pensa que e uma grande senhora. Pobre do senhor Miguel!... não tem onde cair morto, e há de ter para forrar a filha!
—Perché, zia Joaquina?... —Perché mi sembra che avrà la stessa sorte di sua madre... —E cos'altro si merita quell'impostore? mormorò l'invidiosa e maligna Rose. — Lei pensa che, poiché sta servendo nella stanza, è migliore degli altri, e non le importa di nessuno. Ora ha iniziato a frequentare i ragazzi bianchi, e dal momento che suo padre dice che la sosterrà, pensa che sia una grande donna. Povero signor Miguel!... non ha dove morire, e dovrà coprire sua figlia!

— Que má língua é esta Rosa! — murmurou enfadada a velha crioula, relanceando um olhar de repreensão sobre a mulata. – Que mal te fez a pobre Isaura, aquela pomba sem fel, que com ser o que e, bonita e civilizada como qualquer moça branca, não é capaz de fazer pouco caso de ninguém?... Se você se pilhasse no lugar dela, pachola e atrevida como és, havias de ser mil vezes pior.
— Che linguaccia è questa Rosa! mormorò rabbiosamente il vecchio creolo, lanciando uno sguardo di rimprovero alla mulatta. – Che male ti ha fatto la povera Isaura, quella colomba senza fiele, che per essere quella che è, bella e civile come tutte le bianche, non è capace di disprezzare nessuno? pachola e sfacciata come sei, saresti mille volte peggio.

Rosa mordeu os beiços de despeito, e ia responder com todo o atrevimento e desgarre, que lhe era próprio, quando uma voz áspera e atroadora, que, partindo da porta do salão, retumbou por todo ele, veio pôr termo à conversação das fiandeiras.
Rosa si morse le labbra per dispetto, e stava per rispondere con tutta l'audacia e la sfida che le erano proprie, quando una voce aspra e tonante, che partendo dalla porta della sala, risuonò per tutta la sala, venne a porre fine alla conversazione dei filatori.

— Silêncio! — bradava aquela voz. — Arre! que tagarelice!... parece que aqui só se trabalha de língua!...
- Silenzio! gridò quella voce. "Arri!" che chiacchiere!... sembra che qui lavoriamo solo in lingua!...

Um homem espadaúdo e quadrado, de barba espessa e negra, de fisionomia dura e repulsiva, apresenta-se à porta do salão, e vai entrando. Era o feitor. Acompanhava-o um mulato ainda novo, esbelto e aperaltado, trajando uma bonita libré de pajem, e conduzindo uma roda de fiar. Logo após eles entrou Isaura. As escravas todas levantaram-se e tomaram a bênção ao feitor. Este mandou colocar a roda em um espaço desocupado, que infelizmente para Isaura ficava ao pé de Rosa.
Un uomo dalle spalle squadrate, con una folta barba nera, e un volto duro e ripugnante, appare sulla porta della sala ed entra. Era il caposquadra. Lo accompagnava un giovane mulatto, magro e ben curato, vestito con una bella livrea da paggio, che guidava un arcolaio. Subito dopo di loro, entrò Isaura. Tutti gli schiavi si alzarono e ricevettero la benedizione dal sorvegliante. Quest'ultimo ordinò che la ruota fosse collocata in uno spazio non occupato, che purtroppo per Isaura era accanto a Rosa.

— Anda cá, rapariga; — disse o feitor voltando-se para Isaura. — De hoje em diante é aqui o teu lugar; esta roda te pertence, e tuas parceiras que te dêem tarefa para hoje. Bem vejo que te não há de agradar muito a mudança; mas que volta se lhe há de dar?... teu senhor assim o quer. Anda lá; olha que isto não é piano, não; é acabar depressa com a tarefa para pegar em outra. Pouca conversa e muito trabalhar...
“Vieni qui, ragazza; disse il sorvegliante rivolgendosi a Isaura. - D'ora in poi, questo è il posto a cui appartieni; questa ruota ti appartiene e lascia che i tuoi partner ti diano un compito per oggi. Vedo che il cambiamento non ti farà molto piacere; ma che contraccambio puoi dargli?... così vuole il tuo signore. Vai lì; guarda, questo non è un pianoforte, no; è finire rapidamente con il compito per assumerne un altro. Poche chiacchiere e tanto lavoro...

Sem se mostrar contrariada nem humilhada com a nova ocupação, que lhe davam, Isaura foi sentar-se junto a roda, e pôs-se a prepará-la para dar começo ao trabalho. Posto que criada na sala e empregada quase sempre em trabalhos delicados, todavia era ela hábil em todo o gênero de serviço doméstico: sabia fiar, tecer, lavar, engomar, e cozinhar tão bem ou melhor do que qualquer outra. Foi pois colocar-se com toda a satisfação e desembaraço entre as suas parceiras; apenas notava-se no sorriso, que lhe adejava nos lábios, certa expressão de melancólica resignação; mas isso era o reflexo das inquietações e angústias, que lhe oprimiam o coração, que não desgosto por se ver degradada do posto que ocupara toda sua vida junto de suas senhoras.
Senza sembrare turbata o umiliata dal nuovo lavoro che le stavano affidando, Isaura andò a sedersi accanto al cerchio e iniziò a prepararlo per iniziare a lavorare. Benché educata in soggiorno e quasi sempre impiegata in lavori delicati, era tuttavia abile in tutti i lavori domestici: sapeva filare, tessere, lavare, stirare e cucinare come e meglio di chiunque altro. Si trattava quindi di collocarsi con tutta la soddisfazione e la disinvoltura tra i suoi compagni; si notava appena nel sorriso, che gli aleggiava sulle labbra, una certa espressione di malinconica rassegnazione; ma quello era un riflesso dell'inquietudine e dell'angoscia che le opprimevano il cuore, che non mi dispiace vedere degradato dal posto che aveva occupato tutta la sua vita con le sue dame.

Cônscia de sua condição, Isaura procurava ser humilde como qualquer outra escrava, porque a despeito de sua rara beleza e dos dotes de seu espirito, os fumos da vaidade não lhe intumesciam o coração, nem turvavam-lhe a luz de seu natural bom senso. Não obstante porém toda essa modéstia e humildade transiuzialhe, mesmo a despeito dela, no olhar, na linguagem e nas maneiras, certa dignidade e orgulho nativo, proveniente talvez da consciência de sua superioridade, e ela sem o querer sobressaía entre as outras, bela e donosa, pela correção e nobreza dos traços fisionômicos e por certa distinção nos gestos e ademanes.
Consapevole della sua condizione, Isaura cercò di essere umile come qualsiasi altra schiava, perché nonostante la sua rara bellezza ei doni del suo spirito, i fumi della vanità non le gonfiavano il cuore, né offuscavano la luce del suo naturale buon senso. Nonostante tutta questa modestia e umiltà, però, negli occhi, nel linguaggio e nei modi, una certa dignità e un innato orgoglio, forse derivanti dalla coscienza della sua superiorità, la permeavano, e involontariamente spiccava tra le altre, bella e donasa , per la correzione e la nobiltà dei tratti del volto e per una certa distinzione nei gesti e nei modi.

Ninguém diria que era uma escrava, que trabalhava entre as companheiras, e a tomaria antes por uma senhora moça, que, por desenfado, fiava entre as escravas. Parecia a garça-real, alçando o colo garboso e altaneiro, entre uma chusma de pássaros vulgares.
Nessuno direbbe che fosse una schiava, che lavorasse tra le sue compagne, e la prenderebbe piuttosto per una giovane donna, che, a suo agio, filava tra le schiave. Sembrava un airone, alzando il suo grembo aggraziato e alto, in mezzo a una folla di uccelli comuni.

As outras escravas a contemplavam todas com certo interesse e comiseração, porque de todas era querida, menos de Rosa, que lhe tinha inveja e aversão mortal. Em duas palavras o leitor ficará inteirado do motivo desta malevolência de Rosa. Não era só pura inveja; havia aí alguma coisa de mais positivo, que convertia essa inveja em ódio mortal.
Gli altri schiavi la guardavano tutti con un certo interesse e commiserazione, perché era amata da tutti, tranne Rosa, che aveva per lei invidia e avversione mortale. In poche parole, il lettore conoscerà il motivo di questa malevolenza da parte di Rosa. Non era solo pura invidia; c'era qualcosa di più positivo lì, che trasformava quell'invidia in odio mortale.

Rosa havia sido de há muito amásia de Leôncio, para quem fora fácil conquista, que não lhe custou nem rogos nem ameaças. Desde que, porém, inclinou-se a Isaura, Rosa ficou inteiramente abandonada e esquecida. A gentil mulatinha sentiu-se cruelmente ferida em seu coração com esse desdém, e como era maligna e vingativa, não podendo vingar-se de seu senhor, jurou descarregar todo o peso de seu rancor sobre a pessoa de sua infeliz rival.
Rosa era da tempo innamorata di Leôncio, per il quale era stata una conquista facile, che non gli era costata né suppliche né minacce. Da quando, però, si è innamorata di Isaura, Rosa è stata completamente abbandonata e dimenticata. La gentile mulatta si sentiva crudelmente ferita nel cuore da questo disprezzo, e siccome era maligna e vendicativa, incapace di vendicarsi del suo padrone, giurò di scaricare tutto il peso del suo rancore sulla persona dell'infelice rivale.

— Um raio que te parta, maldito! — Má lepra te consuma, coisa ruim! — Uma cascavel que te morda a língua, cão danado! — Estas e outras pragas vomitavam as escravas resmungando entre si contra o feitor, apenas este voltoulhes as costas. O feitor é o ente mais detestado entre os escravos; um carrasco não carrega com tantos ódios abominado mais do que o senhor cruel, que o muniu do azorrague desapiedado para açoitá-los e acabrunhá-los de trabalhos. É assim que o paciente se esquece do juiz, que lavrou a sentença para revoltar-se contra o algoz, que a executa.
"Maledizione, dannazione!" — La cattiva lebbra ti consuma, brutta cosa! "Un serpente a sonagli che ti morde la lingua, dannato cane!" - Queste e altre maledizioni fecero vomitare gli schiavi borbottando tra loro contro il sorvegliante, solo che lui voltò loro le spalle. Il sorvegliante è l'essere più odiato tra gli schiavi; un carnefice non porta tanto odio più del crudele signore, che lo dotò dello spietato flagello per flagellarli e sopraffarli di lavoro. È così che il paziente dimentica il giudice, che ha redatto la sentenza per ribellarsi all'aguzzino, che l'ha eseguita.

Como já dissemos, coube em sorte a Isaura sentar-se perto de Rosa. Esta assestou logo contra sua infeliz companheira a sua bateria de ditérios e remoques sarcásticos e irritantes. — Tenho bastante pena de você, Isaura. disse Rosa para dar começo às operações.
Come abbiamo già detto, Isaura ha avuto la fortuna di sedersi accanto a Rosa. Attaccò immediatamente il suo infelice compagno con la sua batteria di frasi e repliche sarcastiche e irritanti. — Mi dispiace davvero per te, Isaura. Rosa ha detto di iniziare le operazioni.

— Deveras! — respondeu Isaura, disposta a opor às provocações de Rosa toda a sua natural brandura e paciência. Pois por quê, Rosa?... — Pois não é duro mudar-se da sala para a senzala, trocar o sofá de damasco por esse cepo, o piano e a almofada de cetim por essa roda? Por que te enxotaram de lá, Isaura? — Ninguém me enxotou, Rosa; você bem sabe. Sinhá Malvina foi-se embora em companhia de seu irmão para a casa do pai dela. — Portanto nada tenho que fazer na sala, e é por isso que venho aqui trabalhar com vocês.
"Infatti! rispose Isaura, pronta ad opporsi alle provocazioni di Rosa con tutta la sua naturale mitezza e pazienza. Ebbene, perché, Rosa?... —Ebbene, non è difficile passare dal soggiorno all'alloggio degli schiavi, cambiare il divano di damasco con quel ceppo, il pianoforte e il cuscino di raso con quella ruota? Perché ti hanno cacciato, Isaura? "Nessuno mi ha scacciato, Rosa; Sai. Sinhá Malvina partì con suo fratello per la casa di suo padre. “Quindi non ho niente da fare nella stanza, ed è per questo che vengo qui per lavorare con te.

— E por que é que ela não te levou, você, que era o ai-jesus dela?... Ah! Isaura, você cuida que me embaça, mas está muito enganada; eu sei de tudo. Você estava ficando muito aperaltada, e por isso veio aqui para conhecer o seu lugar. — Como és maliciosa! — replicou Isaura sorrindo tristemente, mas sem se alterar; pensas então que eu andava muito contente e cheia de mim por estar lá na sala no meio dos brancos?... como te enganas!... se me não perseguires com a tua má língua, como principias a fazer, creio que hei de ficar mais satisfeita e sossegada aqui.
—E perché non ha preso te, tu che eri il suo oh-gesù?... Ah! Isaura, pensi di confondermi, ma ti sbagli di grosso; Io so tutto. Ti stavi vestendo troppo bene, ed è per questo che sei venuto qui per conoscere il tuo posto. — Quanto sei malizioso! rispose Isaura, sorridendo mestamente, ma senza turbarsi; quindi pensi che io fossi molto felice e pieno di me stesso per essere lì nella stanza tra i bianchi?... quanto ti sbagli!... do, penso che dovrò essere più soddisfatto e sereno qui.

— Nessa não creio eu; como é que você pode ficar satisfeita aqui, se não acha moços para namorar? — Rosa, que mal te fiz eu, para estares assim a amofinar-me com essas falas?... — Olhe a sinhá, não se zangue!... perdão, dona Isaura; eu pensei que a senhora tinha esquecido os seus melindres lá no salão.
- Non ci credo; come puoi essere soddisfatto qui se non riesci a trovare ragazzi con cui uscire? — Rosa, che male ti ho fatto, che mi prendi in giro con quelle battute?... — Guarda missha, non ti arrabbiare!... perdonami, Dona Isaura; Pensavo avessi dimenticato la tua schizzinosità in salone.

— Podes dizer o que quiseres, Rosa; mas eu bem sei, que na sala ou na cozinha eu não sou mais do que uma escrava como tu. Também deves-te lembrar, que se hoje te achas aqui, amanhã sabe Deus onde estarás. Trabalhemos, que é nossa obrigação. deixemos dessas conversas que não têm graça nenhuma.
— Puoi dire quello che vuoi, Rosa; ma so benissimo che in soggiorno o in cucina non sono altro che uno schiavo come te. Devi anche ricordare che se sei qui oggi, domani Dio sa dove sarai. Lavoriamo, che è il nostro obbligo. lasciamo stare queste conversazioni che non sono affatto divertenti.

— Então? — diz-lhe Rosa com o seu ar escarninho, — você não ouve, Isaura? são horas; vamos ao feijão. — Não, Rosa; deixem-me ficar aqui; não tenho fome nenhuma. Fico adiantando minha tarefa, que principiei muito tarde. — Tem razão; também uma rapariga civilizada e mimosa como você não deve comer do caldeirão dos escravos. Quer que te mande um caldinho, um chocolate?... — Cala essa boca, tagarela! — bradou a crioula velha, que parecia ser a priora daquele rancho de fiandeiras. — Forte lingüinha de víbora!... deixa a outra sossegar. Vamos, minha gente.
- Poi? — chiede Rosa con aria beffarda — non senti, Isaura? è tempo; andiamo ai fagioli. «No, Rosa; lasciami stare qui; Non ho affatto fame. Continuo ad anticipare il mio compito, che ho iniziato molto tardi. - Hai ragione; una ragazza civile e delicata come te non dovrebbe nemmeno mangiare dal calderone degli schiavi. Vuoi che ti mandi del brodo, del cioccolato?... —Taci, chiacchierone! esclamò la vecchia creola, che sembrava essere la priora di quel ranch di filatori. "Forte piccola lingua di vipera!... lascia che l'altro si calmi." Andiamo gente.

As escravas retiraram-se todas do salão, ficando só Isaura, entregue ao seu trabalho e mais ainda às suas tristes e inquietadoras reflexões. O fio se estendia como que maquinalmente entre seus dedos mimosos, enquanto o pezinho nu e delicado, abandonando o tamanquinho de marroquim, pousava sobre o pedal da roda, a que dava automático impulso. A fronte lhe pendia para um lado como açucena esmorecida, e as pálpebras meio cerradas eram como véus melancólicos, que encobriam um pego insondável de tristura e desconforto. Estava deslumbrante de beleza naquela encantadora e singela atitude.
Gli schiavi si ritirarono tutti dalla sala, lasciando solo Isaura, dedita al suo lavoro e ancor più alle sue tristi e inquietanti riflessioni. Il filo si tendeva come meccanicamente tra le sue tenere dita, mentre il piede nudo e delicato, abbandonando lo zoccolo marocchino, atterrava sul pedale della ruota, che dava automatico slancio. La sua fronte pendeva da un lato come un giglio che appassisce, e le sue palpebre socchiuse erano come veli malinconici, che coprivano una profondità insondabile di tristezza e disagio. Era abbagliante di bellezza in quell'atteggiamento affascinante e semplice.

— Ah! meu Deus! — pensava ela; nem aqui posso achar um pouco de sossego!... em toda parte juraram martirizar-me!... Na sala, os brancos me perseguem e armam mil intrigas e enredos para me atormentarem. Aqui, onde entre minhas parceiras, que parecem me querer bem, esperava ficar mais tranqüila, há uma, que por inveja, ou seja lá pelo que for, me olha de revés e só trata de achincalhar-me. — Meu Deus! meu Deus!... já que tive a desgraça de nascer cativa, não era melhor que tivesse nascido bruta e disforme, como a mais vil das negras, do que ter recebido do céu estes dotes, que só servem para amargurar-me a existência?
- OH! mio Dio! lei ha pensato; Neppure qui trovo un po' di pace!... dovunque giurarono di martirizzarmi!... Nel soggiorno i bianchi mi inseguirono e organizzarono mille intrighi e complotti per tormentarmi. Qui, dove tra i miei partner, che sembrano volermi bene, speravo di essere più sereno, ce n'è uno, che per invidia, o quel che è, mi guarda all'indietro e cerca solo di prendermi in giro. - Mio Dio! mio Dio!... poiché ho avuto la sfortuna di nascere prigioniera, non era meglio che fossi nata grossolana e deforme, come la più vile delle negre, piuttosto che aver ricevuto dal cielo questi doni, che servono solo a amareggiare la mia esistenza?

Isaura não teve muito tempo para dar larga expansão às suas angustiosas reflexões. Ouviu rumor na porta, e levantando os olhos viu que alguém se encaminhava para ela. — Ai! meu Deus! — murmurou consigo. — Aí temos nova importunação! nem ao menos me deixam ficar sozinha um instante. Quem entrava era, sem mais nem menos, o pajem André, que já vimos em companhia do feitor, e que mui ancho, empertigado e petulante se foi colocar defronte de Isaura.
Isaura non ebbe molto tempo per approfondire le sue angosciose riflessioni. Ci fu un rumore alla porta e, alzando lo sguardo, vide qualcuno che veniva verso di lei. - Là! mio Dio! mormorò tra sé. "Ecco un'altra importunità!" non mi lasceranno nemmeno un momento da solo. Chi entrò fu, proprio così, il paggio André, che abbiamo già visto in compagnia del sorvegliante, e che, altissimo, dritto e petulante, andò a mettersi davanti a Isaura.

— Boa tarde, linda Isaura. Então, como vai essa flor? — saudou o pachola do pajem com toda a faceirice. — Bem, respondeu secamente Isaura. — Estás mudada?... tens razão, mas é preciso ir-se acomodando com este novo modo de vida. Deveras que para quem estava acostumada lá na sala, no meio de sedas e flores e águas-de-cheiro, há de ser bem triste ficar aqui metida entre estas paredes enfumaçadas que só tresandam a sarro de pito e morrão de candeia. — Também tu, André, vens por tua vez aproveitar-te da ocasião para me atirar lama na cara?...
— Buon pomeriggio, bella Isaura. Allora come sta questo fiore? - salutò la pachola del paggio con tutta civetteria. — Bene, rispose seccamente Isaura. — Sei cambiato?... hai ragione, ma devi adattarti a questo nuovo stile di vita. Davvero, per chi era abituato a vivere lì, tra sete e fiori e eau-de-profumi, deve essere molto triste essere bloccato qui tra queste pareti fumose che puzzano solo di picchio e candelabro. "Anche tu, André, approfitterai dell'occasione per gettarmi del fango in faccia?"

— Não, não, Isaura; Deus me livre de te ofender; pelo contrário, dói-me deveras dentro do coração ver aqui misturada com esta corja de negras beiçudas e catinguentas uma rapariga como tu, que só merece pisar em tapetes e deitar em colchões de damasco. Esse senhor Leôncio tem mesmo um coração de fera. — E que te importa isso? eu estou bem satisfeita aqui. — Qual!... não acredito; não é aqui teu lugar. Mas também por outra banda estimo bem isso. — Por quê? — Porque, enfim, Isaura, a falar-te a verdade, gosto muito de você, e aqui ao menos podemos conversar mais em liberdade... — Deveras!... declaro-te desde já que não estou disposta a ouvir tuas liberdades.
— No, no, Isaura; Dio non voglia che ti offenda; al contrario, mi fa davvero male il cuore vedere una ragazza come te confusa qui con questo branco di negre come te, che meritano solo di calpestare tappeti e sdraiarsi su materassi damascati. Che il signor Leôncio ha davvero il cuore di una bestia. "E questo cosa ti importa?" Sono abbastanza soddisfatto qui. — Come!... Non ci credo; questo non è il tuo posto. Ma d'altra parte, lo apprezzo molto. - Perché? — Perché, finalmente, Isaura, a dirti la verità, mi piaci molto, e qui almeno possiamo parlare più liberamente... .

— Ah! é assim! — exclamou André todo enfunado com este brusco desengano. — Então a senhora quer só ouvir as finezas dos moços bonitos lá na sala!... pois olha, minha camarada, isso nem sempre pode ser, e cá da nossa laia não és capaz de encontrar rapaz de melhor figura do que este seu criado. Ando sempre engravatado, enluvado, calçado, engomado, agaloado, perfumado, e o que mais e, — acrescentou batendo com a mão na algibeira, — com as algibeiras sempre a tinir. A Rosa, que também é uma rapariguinha bem bonita, bebe os ares por mim; mas coitada!... o que é ela ao pé de você?...
- OH! e così! esclamò André, tutto gonfio per questa improvvisa delusione. — Allora vuoi solo sentire le sottigliezze dei bei giovanotti in soggiorno!... beh, amico mio, non può essere sempre così, e qui, come noi, non sei capace di trovare un ragazzo più bello del tuo servo... Sono sempre vestito, guantato, calzato, stirato, agghindato, profumato e quant'altro», aggiunse, battendosi una pacca sulla tasca, «con le tasche che tintinnano sempre. Rosa, che è anche una ragazza molto carina, beve l'aria per me; ma poverina!... cos'è lei accanto a te?...

Enfim, Isaura, se você soubesse quanto bem te quero, não havias de fazer tão pouco caso de mim. Se tu quisesses, olha... escuta. E dizendo isto o maroto do pajem, avizinhando-se de Isaura, foi-lhe lançando desembaraçadamente o braço em torno do colo, como quem queria falarlhe em segredo, ou talvez furtar-lhe um beijo. — Alto lá! —exclamou Isaura repelindo-o com enfado. – Está ficando bastante adiantado e atrevido. Retire-se daqui, se não irei dizer tudo ao senhor Leôncio.
Comunque, Isaura, se tu sapessi quanto ti amo, non mi faresti un caso così piccolo. Se vuoi, guarda... ascolta. E detto ciò, il mascalzone del paggio, avvicinandosi a Isaura, le gettò distrattamente il braccio intorno al grembo, come se volesse parlarle di nascosto, o forse rubarle un bacio. - Aspettare! esclamò Isaura, respingendolo con rabbia. “Sta diventando piuttosto sfacciato e sfacciato. Vattene da qui, altrimenti racconto tutto al Senhor Leôncio.

— Oh! perdoa, Isaura; não há motivo para você se arrufar assim. És muito má, para quem nunca te ofendeu, e te quer tanto bem. Mas deixa estar, que o tempo há de te amaciar esse coraçãozinho de pedra. — Adeus; eu já me vou embora; mas olha lá, Isaura; pelo amor de Deus, não vá dizer nada a ninguém. Deus me livre que sinhó moço saiba do que aqui se passou; era capaz de me enforcar. O que vale, — continuou André consigo e retirando-se, — o que vale é que neste negócio parece-me que ele anda tão adiantado como eu.
-OH! perdona, Isaura; non c'è motivo per te di agitarti così. Sei molto cattivo, per uno che non ti ha mai offeso e che ti vuole tanto bene. Ma lascia stare, il tempo ammorbidirà quel cuoricino di pietra. - Arrivederci; Sto già partendo; ma guarda lì, Isaura; per l'amor di Dio, non andare a dirlo a nessuno. Dio non voglia che il giovane sappia cosa è successo qui; Ero capace di impiccarmi. Quello che conta”, continuò André tra sé e sé, “quello che conta è che in questa faccenda mi sembra che sia avanzato quanto me.

Pobre Isaura! sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escravos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver aflito e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedada, Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...
Povera Isauro! sempre e dovunque questa continua vessazione di padroni e schiavi, che non la lasciano riposare un solo istante! Come non dovrebbe vivere afflitto e turbato quel cuore! All'interno della casa, aveva quattro nemici, ognuno più deciso a rubarle la tranquillità e torturare il suo cuore: tre amanti, Leôncio, Belchior e André, e una terribile e spietata emula, Rosa. Gli era stato facile respingere le importunità e l'insolenza degli schiavi e dei servi; Ma cosa ne sarebbe stato di lei quando sarebbe venuto il Signore?!...

De feito, poucos instantes depois Leôncio, acompanhado pelo feitor, entrava no salão das fiandeiras. Isaura, que um momento suspendera o seu trabalho, e com o rosto escondido entre as mãos se embevecia em amargas reflexões, não se apercebera da presença deles.
Infatti, pochi istanti dopo Leôncio, accompagnato dal fattore, entrò nella sala delle filatrici. Isaura, che aveva sospeso per un attimo il lavoro e con il viso nascosto tra le mani era assorta in amare riflessioni, non si era accorta della loro presenza.

— Onde estão as raparigas que aqui costumam trabalhar?... perguntou Leôncio ao feitor, ao entrar no salão. — Foram jantar, senhor; mas não tardarão a voltar. — Mas uma cá se deixou ficar... ah! é a Isaura... Ainda bem! — refletiu consigo Leôncio, — a ocasião não pode ser mais favorável; tentemos os últimos esforços para seduzir aquela empedernida criatura.
«Dove sono le ragazze che di solito lavorano qui?» chiese Leôncio al caposquadra entrando nell'atrio. - Sono andati a cena, signore; ma non tarderanno a tornare. — Ma uno di loro è rimasto indietro... ah! è Isaura... Bene! - rifletté tra sé Leonzio, - l'occasione non potrebbe essere più propizia; proviamo i nostri ultimi sforzi per sedurre quella creatura indurita.

Logo que acabem de comer, — continuou ele dirigindo-se ao feitor, — leveas para a colheita do café. Há muito que eu pretendia recomendar-lhe isto e tenhome esquecido. Não as quero aqui mais nem um instante; isto é um lugar de vadiação, em que perdem o tempo sem proveito algum, em continuas palestras. Não faltam por aí tecidos de algodão para se comprar. Mal o feitor se retirou, Leôncio dirigiu-se para junto de Isaura.
Appena avranno finito di mangiare», continuò rivolgendosi al sorvegliante, «portali alla raccolta del caffè. Era da tempo che intendevo raccomandarti questo, e me ne sono dimenticato. Non li voglio qui un momento di più; questo è un luogo di ozio, dove sprecano inutilmente il loro tempo, in continui discorsi. Non mancano i tessuti di cotone da acquistare. Non appena il sorvegliante se ne andò, Leôncio andò al fianco di Isaura.

— Isaura! murmurou com voz meiga e comovida. — Senhor! — respondeu a escrava erguendo-se sobressaltada; depois murmurou tristemente dentro d'alma: — meu Deus! é ele!... é chegada a hora do suplício.
—Isaure! mormorò con voce dolce e commossa. - Signore! rispose lo schiavo, alzandosi di soprassalto; poi mormorò mestamente nell'anima: — mio Dio! è lui!... è giunta l'ora del supplizio.



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